domingo, 16 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

0:28

Quero guardar-te dentro de mim... Quero poder sentir-me perto de ti e arrancar do peito esta dor que a tua ausência me provoca...
São breves demais os dias que me revelam o brilho que trazes nos olhos, penosas demais as noites frias que me refrescam a memória... São intradutíveis os poemas que os meus sentidos te escrevem, impossíveis de explicar perante algo tão proibido como um simples beijo...
Se eu pudesse por momentos abandonar-me a tudo o que sou quando estou junto de ti, seríamos um só beijo e um só abraço... Seriamos um eterno poema que apenas nós entenderíamos... Mas a força cruel dos dias lembra-nos que apenas podemos partilhar olhares e sonhos, sorrisos, segredos, suspiros e desejos... Em mim és tudo, sem que o mundo suspeite de nós... Em mim és mais que um dia de sol ou uma noite de saudade, és mais que o desejo que tento esconder... És vida...És o calor do dia, o frio da noite...És aquele que me faz sentir, bem ou mal não importa, deste que sinta, sinto-me viva...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tu és...

Tu és..

O abraço que não sinto
Mas que me aquece o peito
O desejo que me provoca
E escalda-me o corpo...
O beijo que não recebo
Mas que me reconforta a alma
O sorriso que se repete vezes sem fim
Na minha memória
E que me enxuga as lágrimas
Quando têm que parar de correr
Tu dizes que não és ninguém
Como posso eu consumir-me assim
Por algo inexistente?
Se não és ninguém
Como podes entrar de noite
No meu quarto e, descaradamente
Roubares-me o sono
A minha paz...
Como poderia o meu corpo
Pedir-te apenas a ti
Se não fosses ninguém...
É para perto de ti
Que o meu pensamento voa
Nessas noites sem sono
Onde mil mãos invisíveis
Me tocam
Até que adormeço
E sonho contigo...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Se Tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha
A essa hora dos mágicos cansaços
Quando a noite se avizinha
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... O eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traças as linhas dulcíssimas de um beijo
E é de seda vermelha que canta e ri

E é como um cravo ao sol da minha boca...
Quando os meus olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti....


Florbela Espanca in "Charneca em Flor"

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

19-11-2010

Noite de chuva, noite de frio, 22 horas e 13 minutos marcados no relógio digital do computador...
Olho à minha volta, aprecio o silêncio, fecho os olhos por instantes e respiro fundo...
Tenho um grito enorme preso no peito que não quero deixar sair, tenho milhares de lágrimas que não posso derramar, tenho os punho cerrados para invocar toda a força que tenho dentro de mim... Convenço-me que sou forte como um rochedo e que não existe mar mais revolto que me possa destruir... Não posso chorar ainda, ninguém pode sofrer com a minha dor...
Estou verdadeiramente triste, sinto-me uma menina pequenina perdida num lugar desconhecido... Sinto falta das minhas certezas, dos meus dogmas pessoais, por agora tudo é questionável... Nada existe de certo, não existe para mim um porto seguro onde possa descansar desde alerta permanente...
Eu e só eu conheço as feridas que latejam e que jamais cicatrizarão, eu e apenas eu consigo suportar a dor que me causam sem levantar qualquer suspeita... Apenas eu escolhi sorrir e não chorar quando elas se manifestam...
Não quero construir à minha volta uma muralha de rancor e amargura... Quero estender a minha mão e deixar que conheçam o meu mundo, a minha história... Quero que conheças a minha história e faças parte dela... Quero mudar o rumo dos acontecimentos e escrever um final feliz...
Não sei se posso, mas quero.... Não sei se devo, mas preciso...