quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

0:28

Quero guardar-te dentro de mim... Quero poder sentir-me perto de ti e arrancar do peito esta dor que a tua ausência me provoca...
São breves demais os dias que me revelam o brilho que trazes nos olhos, penosas demais as noites frias que me refrescam a memória... São intradutíveis os poemas que os meus sentidos te escrevem, impossíveis de explicar perante algo tão proibido como um simples beijo...
Se eu pudesse por momentos abandonar-me a tudo o que sou quando estou junto de ti, seríamos um só beijo e um só abraço... Seriamos um eterno poema que apenas nós entenderíamos... Mas a força cruel dos dias lembra-nos que apenas podemos partilhar olhares e sonhos, sorrisos, segredos, suspiros e desejos... Em mim és tudo, sem que o mundo suspeite de nós... Em mim és mais que um dia de sol ou uma noite de saudade, és mais que o desejo que tento esconder... És vida...És o calor do dia, o frio da noite...És aquele que me faz sentir, bem ou mal não importa, deste que sinta, sinto-me viva...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tu és...

Tu és..

O abraço que não sinto
Mas que me aquece o peito
O desejo que me provoca
E escalda-me o corpo...
O beijo que não recebo
Mas que me reconforta a alma
O sorriso que se repete vezes sem fim
Na minha memória
E que me enxuga as lágrimas
Quando têm que parar de correr
Tu dizes que não és ninguém
Como posso eu consumir-me assim
Por algo inexistente?
Se não és ninguém
Como podes entrar de noite
No meu quarto e, descaradamente
Roubares-me o sono
A minha paz...
Como poderia o meu corpo
Pedir-te apenas a ti
Se não fosses ninguém...
É para perto de ti
Que o meu pensamento voa
Nessas noites sem sono
Onde mil mãos invisíveis
Me tocam
Até que adormeço
E sonho contigo...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Se Tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha
A essa hora dos mágicos cansaços
Quando a noite se avizinha
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... O eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traças as linhas dulcíssimas de um beijo
E é de seda vermelha que canta e ri

E é como um cravo ao sol da minha boca...
Quando os meus olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti....


Florbela Espanca in "Charneca em Flor"

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

19-11-2010

Noite de chuva, noite de frio, 22 horas e 13 minutos marcados no relógio digital do computador...
Olho à minha volta, aprecio o silêncio, fecho os olhos por instantes e respiro fundo...
Tenho um grito enorme preso no peito que não quero deixar sair, tenho milhares de lágrimas que não posso derramar, tenho os punho cerrados para invocar toda a força que tenho dentro de mim... Convenço-me que sou forte como um rochedo e que não existe mar mais revolto que me possa destruir... Não posso chorar ainda, ninguém pode sofrer com a minha dor...
Estou verdadeiramente triste, sinto-me uma menina pequenina perdida num lugar desconhecido... Sinto falta das minhas certezas, dos meus dogmas pessoais, por agora tudo é questionável... Nada existe de certo, não existe para mim um porto seguro onde possa descansar desde alerta permanente...
Eu e só eu conheço as feridas que latejam e que jamais cicatrizarão, eu e apenas eu consigo suportar a dor que me causam sem levantar qualquer suspeita... Apenas eu escolhi sorrir e não chorar quando elas se manifestam...
Não quero construir à minha volta uma muralha de rancor e amargura... Quero estender a minha mão e deixar que conheçam o meu mundo, a minha história... Quero que conheças a minha história e faças parte dela... Quero mudar o rumo dos acontecimentos e escrever um final feliz...
Não sei se posso, mas quero.... Não sei se devo, mas preciso...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

eu sou...

Sou a menina morena de olhos doces...
Sou a mulher sombria que se esconde na noite...
Sou a criança que salta à corda
Sou a mulher que pinta os lábios de vermelho...
Sou aquela que aprendeu a sonhar
Sou quem já não sabe como esquecer...
Sou como uma brisa que passa devagar
Sou um furacão que devasta tudo por onde passa
Sou amiga, sou amante, sou mulher
Esqueci-me de quem sou
Nem sei se soube alguma vez o que era
Sou a fera que luta e cura sozinha as suas feridas
Sou a criança que precisa de colo para chorar
Não sou de ninguém, nem me mim mesma
Nem de nenhum deus por melhor que pareça
Não sou de terra nenhuma
O meu país não é este
Nem pertenço a este mundo...
Só sei que sou pó que viaja com o vento
Que um dia nasci dele e a ele regressarei
E com ele levarei memórias
Desfeitas apenas em pó..
Apenas pó...

sábado, 13 de novembro de 2010

Estou aqui...

Estou aqui
Vazia e cheia de dor
Imaginando-te sorrindo docemente...
Beijando-me em segredo
Permito-me somente
Sonhar contigo todas as noites
Para te manter vivo dentro de mim...
Bastou apenas um olhar e tudo mudou
Tornámo-nos meras peças de um jogo
Que o destino junta e separa
A seu belo prazer...
As horas passam por mim
E eu continuo imóvel
Apenas tu tens vida nos meus pensamentos
E são nestas horas que preciso de acreditar
Que o amor é a mais doce das mentiras
Em que teimamos acreditar
O que vive dentro de nós
É este imenso vazio que nos preenche
Que nos torna loucos
Loucos ao pensar que o amor existe
É mentira!
Não existe amor
Não existe tempo
Não existe distância entre nós
Existe apenas esta imensa vontade
De possuirmos
Um mundo distante
Que jamais poderá ser nosso...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

9-11-10

Noite minha irmã
Recebe-me nos teus braços
Apenas por hoje
Que preciso do teu consolo
Preciso da névoa que carregas
Para esconder o meu rosto
Dá-me a tua brisa mais gélida
Para que sequem as minhas lágrimas
Noite, que és minha companheira
Conheces bem os meus murmúrios
Os meus lamento mudos
Que gritam de tanta saudade
Porque não há dor maior
Que perder o que não se conseguiu
Não há chaga que mais sangre
No peito
Que aquela que arranhamos
Vezes sem fim
Porque a dor fere-me
Mas faz-me sentir viva
E saudade que venha
Eu deixo-a chegar...
Deixo que se apodere de mim
E me escorra pelos olhos...
Quanto mais renego este amor
Mais ele me consome

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

anoiteceu......

Anoiteceu finalmente...Eu gosto da noite! Gosto de noites frias de céu limpo... Gosto quando o céu se sente orgulhoso e exibe a lua e as estrelas, esse mundo é o meu...
Gosto também de noites chuvosas que musicam os meus sonhos, ou quando o vento me embala levando para bem longe os meus sonhos... Adoro tempestades e trovoadas porque também eu sou uma força da natureza...
Também eu sou inconstante como o tempo...Tanto sou amena como uma tarde solarenga, somo exorcizo a minha dor com a fúria de uma tempestade...Sou assim mesma, desconhecida até de mim mesma...
Estas quatro paredes que me querem enclausurar nada mais fazem que proteger-me do frio da noite...A minha alma vagueia pelas ruas e traz-me imagens de beijos furtivos encontros secretos, passos rápidos e com minúcia disfarçados...A minha alma vê tudo isto iluminada pela luz intermitente de um candeeiro de rua...
Não há espaço nem tempo que me proíba de sonhar, não há corrente nem grade que prenda s meus sonhos, e por muito que o Homem se engane, não há viagem mais livre que a do nosso próprio pensamento...
A lua e as estrelas jamais contarão aquilo que vejo...Elas próprias durante anos testemunharam os meus encontros secretos, os meus amores proibidos, as lutas travadas dentro de mim mesma que tudo em mim mudaram menos a ânsia de sonhar...Testemunharam os meus gritos, o meu choro, mas sabem que continuo a ser a mesma menina de olhar doce que todos as tardes de Verão esperava na varanda que a lua chegasse...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

tão fácil + tão difícil = tão verdadeiro

A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo
Saber amar é saber deixar
Alguém te amar
Há quem não veja a onda onde ela
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar é saber deixar
Alguém te amar
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr
no mar.


Saber Amar (Paralamas do Sucesso)

sábado, 23 de outubro de 2010

só....

Hoje é apenas mais um dia como os outros...Um dia sem tirar nem por...triste por sinal...
Hoje e um dia em que me sinto afastada de tudo o que quero, é dia de me sentir sozinha e impotente. Este dia parece infindável, parece ter vida para além de mim. Este dia prolonga-se persistentemente enquanto ironiza com o meu desespero.
Sim sinto-me só. Qual é o mal de hoje sentir-me só mesmo que por onde quer que passe encontre muita gente?
Encontro uma folha de papel num caderno perdido algures no meu quarto....Encontro por fim uma janela de luz. Este caderno é o meu confidente , a folha o meu muro de lamentações. Esta caneta é a ponte que encontro entre a dor que sinto e a coragem que não tenho para contar a quem quer que seja.
Sinto que perdi a minha essência, o meu brilho,não sei quem sou realmente ou quando deixei de me ser...
Tenho vontade de me revoltar contra a fonte do meu sofrimento, de ir embora para um lugar onde já não me sinta sozinha mesmo não tendo ninguém comigo...
A solidão não é feita de falta de companhia, solidão não é não ter com quem falar... Estar só é ser invisível num lugar onde vejo toda a gente ... Gente que nem tenta ver-me, nem pensa entender-me ou perguntar-me o que faço aqui... Estar só é não ter laços que me unam ao mundo dos visíveis... Sinto-me só na minha caixa misteriosa de ilusionista... Estou só porque não sei fazer-me acompanhar de gente que veja os meus cabelos, os meus olhos, os meus dentes, o meu verdadeiro ser...De gente que sinta o vazio que posso deixar se estiver ausente do espaço que pertenço...
Não me rodeio de gente que saiba ouvir o que o meu pensamento murmura ou que não ignore o que os meus olhos gritam...
Mas por mais que grite não há quem escute.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010


Boa noite barco bêbado :) Não pude deixar de me lembrar de ti :)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

21:38

E se todos os relógios do mundo
Parassem agora
Se todas as pessoas
Ficassem imóveis
Ao ver-nos passar...
Se não existisse distância
Nem tempo
Uma vez que parou
Como se nada nos pudesse separar
Jamais mesmo que persistisse
Agradeceria então
Por permaneceres...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Volta sempre...

Certo dia acordei e abri a janela do meu quarto...Um vento louco despenteou-me os cabelos e echeu de secura os meus lábios. Eu, procurando entender o porquê da sua chegada, perguntei-lhe quem era. Ele, com um brilho nos olhos respondeu: - Sou a saudade.

Eu fiquei surpresa, pedi para ficar e me explicar por que me invade todas as manhãs e por que vigia os meus sonhos todas as noites. Olhou para mim, para o infinito nos meus olhos e depois perdeu-se com o olhar no vazio... Disse-me meio receosa que não me abandona nem por um minuto porque ordens superiores a impedem. Explicou-me que mora nos corações de quem sente amor, mesmo nos de quem tenta ser frio e insensível. Segundo ela, a sua tarefa não é nada fácil pois é obrigada a fazer derramar muitas lágrimas e a trazer muita angústia.
Então eu olhei-a nos olhos e sorri enquanto mil lágrimas ameaçavam percorrer too o meu rosto e disse-lhe:
- A mim não me angustias, embora me faças chorar...Permaneces no meu coração, conservando as memórias de quem nele viveu...
Ela sorriu e, furtivamente olhou para o relógio. Perguntei-lhe se tinha algum encontro marcado com destino ou o amor, mas ela abanou a cabeça negativamente...
Despediu-se dizendo que ainda tem muitos corações para invadir logo pela manhã. Eu compreendi e acenei-lhe ao longe.
- Volta sempre - disse eu - E assim é todas as manhãs, desde que me lembro de sonhar.

Sem rumo....

Sem rumo...Esta tarde sinto-me assim...É Outono e a noite tem pressa de chegar. Invade a janela do meu quarto escondendo tudo aquilo que o dia hoje me mostrou..
De onde estou consigo ouvir o sino da torre que me avisa que já passou uma hora, e outra...e outra...tudo parece estagnado, preso em resignação e inércia tudo e eu, se fizer parte de tudo.
O vento leva as folhas para longe e despe as árvores... Sim, é Outono e tudo se pintou de castanho, é tudo monótono de mais para mim.
Estou deitada na minha cama, no meu quarto, o único sítio que reclamo como meu, o território onde convivo com os meus sonhos...
Vinte e dois anos passaram por mim quase sem deixar rasto, vinte e duas Primaveras e Outonos como este também... Oiço o barulho dos carros apressados em chegar, no fundo a lugar nenhum, lembram-me a essência da minha própria vida.
Tal como eles sempre tive pressa a chegar, nunca pensei em entender com é o caminho que me leva até onde quero ir. Pensando bem o que vale na vida é a luta que travamos com o resto do mundo para podermos chamar algo de nosso.
Quando percebemos que já temos o que queremos, pelo que iremos lutar então?
Eu reclamo a paz que não tenho, o amor que me foi negado. Reclamo um sitio onde pertença, uma terra com o meu nome que não fique longe de lado nenhum.
Esqueço-me então que quanto mais luto menos paz tenho, menos conforto alcanço, menos amor recebo...Fico então longe de todos os lugares e longe de mim... É pois, esta sede de conquista que me impede de sossegar e permanecer em todos os lugares que me lembram de ti.

sábado, 9 de outubro de 2010

Que tempo é este?

Que tempo é este

Em que todos correm

Para lugar nenhum?

Em que todos choram

Por motivos esquecidos?

Em que os medos nascem

E as esperanças morrem?

Neste tempo

Somos meros peões de Xadrez

Se não meros colecionadores

De desilusões

Se o tempo não muda sozinho

Então por que continuamos parados

De olhos vendados

À espera que alguém o mude?

Se o tempo não muda

Teremos que ser nós

De punhos cerrados,

Corajosos, determinados

A dar o golpe da vitória

E se o mundo ficar igual

Pelo menos, por momentos

Fomos reis

E não peões.

Conversas com a lua

No silêncio da noite a lua observa-me o olha por mim...A lua, essa mulher vadia que se entra em todos os quartos e que espreita todos os sonhos, ela própria já conhece bem os meus...
De noite, quando acordo, oiço a lua a falar-me das suas viagens fantásticas, das suas proezas, das suas noites de amor com as estrelas...A lua fala-me de distância ...E eu? Eu falo-lhe de ti ninguém conhece os segredos que a lua guarda, se um dia quiseres saber o que ela esconde espera por ela de noite e pede que te fale de mim...

sonhos...

Passo a passo
Devagar
Caminhamos
De olhos fechados
E de olhos fechados
Sinto que o mundo acaba por momentos
Sinto que ele se renova
Quando abro os meus olhos
E vejo os teus ainda fechados
Soletro frases sem sentido
E sinto o tempo voar
Como se fosse uma flecha
Uma fecha
Que atinge o sol e o apaga...
E a noite dos teus olhos
Torna-se a noite do mundo
E o mundo inteiro fecha os olhos
Porque precisa de sonhar
Assim como sonho todas as noites
Secretamente, contigo...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

23:14

Acordei com a chuva a bater na minha janela, talvez estivesse a chamar-me para ir para a rua dançar como fiz tantas vezes tanto tempo atrás...A chuva que me fazia dançar hoje é apenas uma mera recordação, essa dança secreta ficou presa nas teias do tempo...
Hoje sou só eu e este pedaço de papel, o eco da música na radio e o frio da noite.
A menina que sonhava com o príncipe encantado acordou num mundo cheio de sapos de coroa mas ainda não acredita no que vê, ainda deve existir algum escondido para mim,para me fazer voltar a dançar à chuva...
As lágrimas vão caindo sem saber como ou porquê, talvez os meus olhos sintam falta de chuva, ou todos os meus sentidos sintam a falta do vento, do frio, do cheiro da terra molhada e do sabor a vida...
Sino falta de mim, sinto falta da chuva e a chuva sente a minha falta...