sexta-feira, 19 de novembro de 2010

19-11-2010

Noite de chuva, noite de frio, 22 horas e 13 minutos marcados no relógio digital do computador...
Olho à minha volta, aprecio o silêncio, fecho os olhos por instantes e respiro fundo...
Tenho um grito enorme preso no peito que não quero deixar sair, tenho milhares de lágrimas que não posso derramar, tenho os punho cerrados para invocar toda a força que tenho dentro de mim... Convenço-me que sou forte como um rochedo e que não existe mar mais revolto que me possa destruir... Não posso chorar ainda, ninguém pode sofrer com a minha dor...
Estou verdadeiramente triste, sinto-me uma menina pequenina perdida num lugar desconhecido... Sinto falta das minhas certezas, dos meus dogmas pessoais, por agora tudo é questionável... Nada existe de certo, não existe para mim um porto seguro onde possa descansar desde alerta permanente...
Eu e só eu conheço as feridas que latejam e que jamais cicatrizarão, eu e apenas eu consigo suportar a dor que me causam sem levantar qualquer suspeita... Apenas eu escolhi sorrir e não chorar quando elas se manifestam...
Não quero construir à minha volta uma muralha de rancor e amargura... Quero estender a minha mão e deixar que conheçam o meu mundo, a minha história... Quero que conheças a minha história e faças parte dela... Quero mudar o rumo dos acontecimentos e escrever um final feliz...
Não sei se posso, mas quero.... Não sei se devo, mas preciso...

1 comentário:

Anónimo disse...

Fantasma do meu destino

A primeira vez que te vi…
eras silhueta altiva que desfilavas dez passos adiante,
vistoso e altivo era teu caminhar
teu cabelo…solta blandícia a roçagar-te as costas.
Eu era um espectro sombrio, trevas do que agora sou,
não tinha eu vontade para o mundo,
o meu mundo perdera a cor.
Cada passo teu uma pequena explosão de vida,
rapazes e raparigas, todos por quem passavas,
como que tolhidos por uma onda de choque,
eram apenas guincho imberbe e idolatro espanto.
O alecrim que te ladeava e vigiava os passos,
galanteou a cor à tua passagem,
fez-te vénias exalando seu forte cheiro,
como pétalas vermelhas lançadas a teus pés,
aos pés do fantasma do meu destino…

"barco bêbado"