quinta-feira, 21 de outubro de 2010


Boa noite barco bêbado :) Não pude deixar de me lembrar de ti :)

1 comentário:

Anónimo disse...

“…no meu barco me mantive durante dias, em tardes mágicas de meia hora e longas e transcendentes vigílias nocturnas, sem comer, alimentando-me da tua luz que no meu débil estado me pareceu tão forte como o sol. Preciso descansar, a minha alma pesa-me…! Conseguiria eu abandonar aqui todas as minhas forças, os meus alentos e deixar-me embalar no doce sonho de apenas te contemplar? Conseguiria pois. Mas o teu brilho de fundo crescente não parou de me banhar as faces sonolentas e tornou-se audível como cordas harpeadas no fundo do mar. Eu, “a sul de nenhum norte”, como semente que germina, apenas procurei a luz e inocente saltei para as águas do desconhecido rumo ao teu porto. Nu, vazio, sincero e muito pequenino me acolheste e me deixaste aninhar a teus pés, descalços, e outrora ardentes da dança molhada. Preciso descansar… E dormi, dormi breves sonos profundos misturados com insónias de sonho. Mas antes de adormecer de novo mostrei-te um pouco da minha dor, o meu enorme e generoso coração que não conheces a não ser de verso, partido em bocadinhos tão pequenos que me cabia entre as duas mãos, mas que eu conservava a todo o custo. Tu desvendaste-me um pouco da tua dor profunda através dos teus próprios lábios. Às vezes parecia que não tinhas idade. Nova e bela ela vivia e como alguém que à muitos anos sofria…”

Obrigado por entenderes o meu barco bêbado e pela luz que o ânimo do titulo do poema sugere. Luz que guardarei para usar em horas aflitas e locais onde todas as outras luzes se tenham desvanecido.

“barco bêbado”