terça-feira, 9 de novembro de 2010

9-11-10

Noite minha irmã
Recebe-me nos teus braços
Apenas por hoje
Que preciso do teu consolo
Preciso da névoa que carregas
Para esconder o meu rosto
Dá-me a tua brisa mais gélida
Para que sequem as minhas lágrimas
Noite, que és minha companheira
Conheces bem os meus murmúrios
Os meus lamento mudos
Que gritam de tanta saudade
Porque não há dor maior
Que perder o que não se conseguiu
Não há chaga que mais sangre
No peito
Que aquela que arranhamos
Vezes sem fim
Porque a dor fere-me
Mas faz-me sentir viva
E saudade que venha
Eu deixo-a chegar...
Deixo que se apodere de mim
E me escorra pelos olhos...
Quanto mais renego este amor
Mais ele me consome

1 comentário:

Anónimo disse...

Hoje acordei para escrever para ti…

Por todo o lado onde passo, ouço sussurros que bajulam a beleza do teu rosto e a graciosidade das formas que te contornam.
Desculpa mas não posso permitir-me que te contemple assim...
seria penoso demais para mim…
e que banalidade eu certamente te diria se te abordasse assim…
Emana de teu corpo qualquer fogo louco com contornos de vício, que rapidamente eu descobriria nos teus olhos, tornando-os lancinantes demais em mim e que certamente me fariam esfregar no chão como um farrapo por não te poder ter aqui… para mim...
Ahh! se soubesses como a loucura que tens no cantinho dos olhos me atrai entenderias o meu medo.. o meu desespero…
Quando te sentas junto a mim, receio que te sentes perto demais… e que me queime no teu fogo…
Quando te sentas junto a mim, receio que te sentes perto demais… e que me banhe no teu cheiro…
Apenas me permito olhar-te os pés que dançam e que adoro, as mãos doridas com que tocas e esses perigosos olhos que me transcendem…
Todo o resto, todo o resto…
seria penoso demais para mim…

"barco bêbado"